terça-feira, 21 de setembro de 2010

Minas, uai

Não sei dizer se essa onda de se dizer mineiro e se sentir o máximo por isso é prévia às campanhas psdbistas do estado (em especial o fantástico "Minas Way" de Aécio - obrigada Patrick pela ótima definição). Fato é que este excesso de mineiridade começa a me incomodar.
Sempre olhei com alguma desconfiança os desejos separatistas e os nós-somos-demais. Tenho família no sul do país e as conversas de independência do RS sempre me soaram um tanto quanto garbosas, no pior sentido da palavra.
Acompanhando por força de ofício, no entanto, o dia a dia da campanha eleitoral dos candidatos ao governo de Minas, me impressiona a força do Minas Way e sua repercussão no eleitorado.
Frases de discursos de Tancredo são reavivadas e Minas é exaltada, com promessas de quem sabe se tornar o estado mais importante do país, superando a grande supremacia paulista. E tudo isto com o grande respaldo de ter a família Neves em nossa política.
Fico me perguntando se, além de ser mineiro e achar que Minas Gerais é um estado lindo e livre, não seria importante que o candidato apresente que fará alguma coisa. "Minas eu sou, Minas eu vou" deveria pelo menos ser motivo insuficiente do voto. Propostas deveriam ser mais esperadas e discutidas, ou estou delirando quanto às expectativas e dificuldades de governabilidade de um estado?
Será que nosso simples desejo de ser de Minas, pra Minas - completamente cegos ao restante - será suficiente para nos levar ao auge das condições (econômicas, diga-se de passagem. Sempre econômicas) nos próximos quatro anos?
Não gostaria de ver meu questionamento respondido, mas ao que parece, é a ele que o futuro pertence.
Seja o que deus (e Minas) quiser.

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