quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Eleições e mídia: perversão e ineqüidade.

Como primeira postagem deste novo blog, gostaria de chamar a atenção pros absurdos que temos tido que aturar nas campanhas políticas este ano.
Mais um escândalo recente, promovido pelo digníssimo candidato "Zé" (de onde ele tirou a idéia que colocando-se um apelido se aproxima de Lula ou do povão?) faz com que pensemos, no mínimo, sobre as condições ofertadas à mídia no país.
Não considero que um controle midiático por parte do estado seja algo positivo. A memória recente do período ditatorial faz um frio correr na espinha ao pensar no assunto. Mas temos que ser razoáveis também no sentido oposto: a mídia fazer o que bem entende não pode ser aceito.
A revista Veja mais uma vez nos presenteou com uma reportagem forjada, com informações falsas, desmentidas por todos aqueles citados como fonte. Não é a primeira vez que este veículo tem este tipo de comportamento - aliás, foram incontáveis as vezes que a querida revista se comportou desta maneira extremamente perversa. Agora pensem por outro lado: queremos estar à mercê de um veículo de comunicação que pode simplesmente publicar informações falsas a nosso respeito e fazer o maior estardalhaço por isto? Não devemos prezar por, no mínimo, um direito de resposta e uma punição adequada para um comportamento perverso?
Lembrei-me da reportagem sobre os antropólogos e a demarcação de terras indígenas, publicada no mesmo veículo. Foram absolutamente reviradas ao avesso as informações dadas à revista, que publicou-as dando a ênfase que queria, passando o seu "ideal", a despeito do que era realmente dito pelos profissionais entrevistados e inventando dados que dessem suporte à matéria.
E qual foi a conseqüência deste tipo de atitude, judicialmente ou midiaticamente falando? Nenhuma. E é por isso que ela se repete, over and over again. E é por isso também que se fez tanto estardalhaço na proposta Lulista de algum controle sobre o que a mídia faz.
O país hoje está tão perdido em relação á política, entre outras coisas, pelo manipulação perversa e excessiva que se faz de informações - verdadeiras ou não - de candidatos, políticos e afins no cenário nacional. Atenção, aqui o interesse não é o de livrar culpados. Mas não concordo com a concepção de que todos são culpados até que se prove o contrário, que é exatamente a que o poder midiátio tem contribuído para formar no país.
EU SOU LIVRE, NÃO DEVO NADA A NINGUÉM, ATÉ QUE PROVEM QUE EU FIZ ALGO ERRADO.
Porque estão invertendo a ordem do jogo?
Quem se beneficia disto, no fim das contas? É, queridos, eles mesmos, os donos do negócio de comunicar, que assim brincam com espectadores e eleitores, jogando a cada segundo uma nova informação bombástica para confundir, atarantar e ser um baita filho da puta que detona um cenário político já frágil.

(A boa notícia, no entanto, é que a Dilma continua subindo, pra desespero dos psdbistas e filiados da comunicação.)

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